In 2023, I had the opportunity to do a 3-month artistic residency in which I was able to explore new paths through visual arts and paintings, which culminated in a solo exhibition at AsaBASA – an art space located in Curitiba. My current research speaks to my own existence as a female body translating personal and shared experiences about sexuality and relationships. In addition to rethinking eroticism, my goal in this exhibition was to question how women are educated towards love and sex in the context of a patriarchal society.
Em 2023, tive a oportunidade de fazer uma residência artística de 3 meses na qual pude explorar novos caminhos através das artes visuais e pinturas que culminou com uma exposição individual na AsaBASA – espaço de arte localizado em Curitiba. Minha pesquisa atual fala sobre minha própria existência como corpo feminino traduzindo experiências pessoais e compartilhadas sobre sexualidade e relacionamentos. Além de repensar o erotismo, meu objetivo nesta mostra foi questionar como nós, mulheres, somos educadas para o amor e o sexo no contexto de uma sociedade patriarcal.
CORPO VAZIO CORPO CHEIO
( texto do curador: Lucas Velloso )
A presente exposição individual surge de uma escolha, um desejo, da artista Cris Pagnoncelli em aprofundar questões e linguagens já trabalhadas na cidade, em movimento. Das curvas e cores, da vibração e da militância de seus letterings sinalizantes e incontornáveis, ela se desloca para o atelier da R-BASA. Por mais que o Centro da cidade esteja na vista da janela, na mudança de tempo e de escala, os movimentos que se sucedem são essencialmente íntimos.
No stencil, as letras são desenhadas e recortadas, deixando formas negativas na superfície para serem preenchidas pela tinta. Cada caractere é pensado como um módulo estruturado, para preservar seus detalhes internos, mantendo suas características, na criação da máscara. As partes normalmente descartadas nesse processo, tipos fragmentados em formas geométricas livres, são um ponto de partida possível para pensar a exposição CORPO VAZIO CORPO CHEIO e a pesquisa da artista em sua concepção.
Palavras-chave, categorias inteiras pelas quais avaliamos nossas vidas, são desmontadas e recombinadas em formas abstratas, ou seja, desbloqueadas para serem entendidas como você desejar. Tudo diferente e ainda é AMOR, legível e legítimo como um emblema. Se tratarmos cada obra como enunciado, quando aproximadas nos deparamos com um texto. Na nuvem de trabalhos literalmente em contato na segunda sala da exposição, Cris nos convida para a leitura de um ensaio texto-sexual apaixonado, romântico, problematizante e (porque não?) pós-romântico. Um corpo de texto em manifesto.
Em algum ponto, a artista escapa da virtuosidade de sua mão, passando a trabalhar também com carimbos de letras. Os tipos então ganham a velocidade da digitação em telas de dispositivos eletrônicos de comunicação, entretenimento e consumo. Telas por onde acontece parte considerável das relações afetivo-sexuais contemporâneas, por redes e programas rodando em códigos binários que convergem para a monogamia. Na sobreposição de textos e de rasuras, no acúmulo de informação, surgem paisagens, com horizontes contemplativos e mares para naufragar.
Depois de escrever repetidas vezes CORPO VAZIO CORPO CHEIO na parede, como um mantra, suspirando de alívio ao final da montagem da exposição, a artista constatou que o corpo que esvazia e que enche é, também, o corpo que respira. E consciente desse movimento, percebe-se.
Here are some photos of the creative process and working days at the studio:
Abaixo você pode conferir algumas fotos do processo criativo no ateliê:
Photos by Joana Franciosi
Ateliê & Art Space: Basa.Networks & AsaBASA
Curator: Lucas Velloso